Ecocardioscopia ou estetoscópio:

Os mitos também erram

Desde há três ou quatro anos que se desvaneceu o debate sobre se a exploração cardíaca da maneira clássica, com a utilização do estestoscópio, era tida como primeira linha.A realidade, reforçada pela facilidade de obter a informação de “outra maneira”, é que se cometem muitos, muitíssimos mais erros devidos à utilização isolada do estetoscópio. Não só a utilização do estetoscópio, já está desfasada, mas também que as falhas diagnósticas decorrentes da sua utilização, deveriam fazer que nós, médicos, a descartássemos da nossa prática como centro exclusivo de exploração do paciente. Obviamente que para isso teríamos que ter uma alternativa que fosse barata e acessível como o estetoscópio …: (digitem Lumify na internet e….. espantem-se) …… -J Am Coll Cardiol Img.2014,7(10):983-990

Comparação com ecografia portátil vs exploração cardíaca clássica:

– Correcto diagnóstico de doenças valvulares : Ecocardio portátil 71% ,Exploração 31%

– Correcto diagnóstico de função ventricular : Ecocardio portátil 71% ,Exploração :35%

– Correcto diagnóstico de Disfunção do VD : Ecocardio portátil 65% ,Exploração: 11%.. Querem mais? Pois, há às centenas! É impressionante o trabalho de Galderesi provando ,agora na Europa, a eficiência diagnóstica com Ecografia portátil face à exploração. Incontestavelmente: A exploração detecta 38% das anomalías cardíacas, e o equipamento portátil, 70 % (Cardiovascular Ultrasound 2010;8:51). Recordemos outro trabalho muito contundente: Comparar num grupo de pacientes o diagnóstico proporcionado pela exploração dos Cardiologistas Sénior, usando únicamente la exploração física standard face à que obtêm os estudantes de medicina recorrendo apenas à ecocoscopia (Treino prático de .... 16 horas!) recorrendo a um equipamento portátil. Conclusão: a capacidade dos estudantes para detectarem disfunções ventriculares, dilatação de cavidades, hipertrofia e lesões valvulares foi espectacularmente superior à dos médicos sénior expecialistas: (Am J Cardiol 2005, 96:1002-1006). Há muitos trabalhos na literatura que, com pequenas variantes, chegam à mesma conclusão: o ecocardiograma portátil supera as limitações que tem a exploração cardiovascular clássica.Nós que utilizamos por rotina a exploração cardíaca clássica complementada com um ecógrafo portátil, sabemos que o que está descrito na literatura está certo (eu sistemáticamente exploro de forma clássica os meus pacientes antes de fazer um estudo ecoscópico): a incapacidade do estetoscópio para evitarmos grandes erros ou nos introduzirmos uma percentagem imensa de diagnósticos confusos. É precisamente onde não temos um grande apoio tecnológico, onde a ecografia portátil surge, contudo, com um papel mais importante. Já estabelecer um diagnóstico inicial na exploração do paciente nos nossos grandes centros é mais simples, sabendo o apoio posterior de grandes meios diagnósticos, como agora a RM Cardíaca; Em 2003 foi realizado um dos primeiros estudos comparativos na literatura entre o ecocardiógrafo portátil e o ecocardiograma standad (Heart 2003; 89:1014-1018). J Roelandt, um dos pais da ecocardiografía, nos dedicou um editorial na revista Heart com o título ‘Estetoscópio ultrasónico: O renascimento do exame físico?’ (Heart 2003; 89:971-974). Este comentário editorial converteu-se, com a chegada dos ‘super portáteis em preço e tamanho’ numa realidade. A incorporação do ecografo na exploração física do paciente (exploração cardíaca avançada) significa efectivamente o real renascimento da mesma. . ………..

Na Facultade de Medicina da Universidad Complutense de Madrid temos desde há quatro anos uma nova disciplina: ‘Exploração clínica cardíaca com ultrasons’. É apaixonante a rapidez com que os estudantes se desenvolvem, ajudados por simuladores de ecocardiografía. Estão caminhando em direcção a um futuro que, no que se refere a exploração física, será muito diferente. Sem dúvida que o paciente, nosso principal motivo de existência, nos agradecerá, por se conseguir de maneira simples evitar erros diagnósticos, muitas vezes com importantes repercusões clínicas e de prognóstico.

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